domingo, 4 de julho de 2010

Laguna 69

Saímos do hostel às 5:30 da manhã para apanharmos o combi até Yungay, a primeira parada da viagem até à lagoa 69.
Tomámos o pequeno almoço no mercado: tamales, pão de milho, bolos e jarros de sumo “surtido”!

Quando estávamos na tenda dos sumos, o senhor sentado ao nosso lado começou a meter conversa, perguntando para onde é que íamos. Era taxista e queria levar-nos até à entrada do parque nacional, donde começaria a caminhada até à lagoa, por 10 soles cada uma, o mesmo que cobravam os autocarros. Depois de algumas tentativas frustradas de regatear o preço, acabámos por ir com ele, que até parecia boa gente.

Foi uma viagem de uma hora e meia por um caminho cheio de calhaus, aos encontrões e cabeçadas dentro do carro. Assim começámos o trekking já meias amachucadas.



Cruzámos um vale enorme e começámos a subir uma montanha. Quando chegámos ao cimo, já tinham passado mais de duas horas de caminhada, pensámos que avistaríamos a famosa lagoa. Mas não! Em vez disso batemos com o nariz num sinal que dizia “Laguna 69 3kms”, o que queria dizer que só tínhamos feito 5km! Que desilusão. Logo depois do sinal estava mais uma montanha à nossa espera.



Mais uma hora de exercício e por fim apareceu a lagoa azulona escura por entre as montanhas.
Sentámo-nos para almoçar e ainda conhecemos um grupo de mochileiros israelitas, que estão por todo o lado no Peru (e no resto mundo).



A descida foi um alivio e no final lá estava o nosso taxista à espera para nos levar de volta a Yungay como tinha prometido.
Eu já andava a estranhar o meu karma com os veículos não dar sinais de vida há uns tempos. Pensei que a maldição tinha acabado até que ouvimos um estrondo e eu vejo pela minha janela um pneu a voar. Não sei ao certo o que se passou mas depois de tantos kilometros pela estrada de calhau a roda do carro resolveu rebentar com o eixo voar dali para fora.

Felizmente só estávamos a uma quadra da plaza de armas. Lamentámos a sorte do taxista e voltámos ao mercado à procura de chocho, uma comida que víamos anunciada em todo e lado e que tínhamos de provar. Não era nada mais, nada menos que tremoços misturados com tomate, cebola e salsa.

Na viagem de combi para Huaraz vinha sentada no banco da frente, ao lado do condutor a tentar perceber toda a filosofia da sua profissão. Ele juntamente com o cobrador alugam a carrinha a uma empresa e recebem o dinheiro dos bilhetes, ou seja, para alem de tentarem encher o carro até não caber mais um dedo mindinho, competem, tipo racers, com os outros combis que fazem a mesma carreira para ver quem chega primeiro às paragens para levar a clientela!
Não tivemos muito tempo em Huaraz, uma vez que chegámos já de noite e o nosso autocarro de volta para Lima partiu às 10h.

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