segunda-feira, 31 de maio de 2010

Semana Académica e dias de Sol

Não contente com o festão depois dos exames, a Universidade ainda organizou a semana académica. Todos os dias haviam actividades: espectáculos com palhaços, concursos de karoke, demonstrações de skate, etc.. Tudo patrocinado pelo KFC, Pizza Hut, Red Bull e Nescafé, que à hora do almoço ofereciam os seus produtos. Para fechar toda esta animação, uma bela gincana na sexta-feira que, para além dos jogos tradicionais, envolvia a bebida de vários copos de bebidas várias. Claro que os intercâmbios armados em campeões quiseram participar e já podem imaginar o resultado...só ficámos em segundo lugar porque o júri tinha sido comprado!


Equipa de intercâmbios

No Sábado à noite fui jantar mais uma vez a casa dos meus “tios”. No final levaram-me à sua nova geladaria, que acabaram de abrir onde me senti de volta a Roma.

Domingo acordei às 6:30 da manhã com uma mensagem do Nicolas a desafiar-me para ir para uma praia a sul de Lima, chamada Señoritas, onde as ondas eram muito melhores (sinónimo: ENORMES!).

Da areia não pareciam nada de especial por isso a Maria lá se mandou com toda a confiança. Óbvio que apanhei uma tareia gigantesca e ainda arranhei o pé numas rochas. Resolvi engolir o orgulho, assumir a minha nabice e sair da água.

No caminho de volta para Lima resolvemos visitar as ruínas de Pachacamac, uma antiga cidade Huari. O complexo era muito grande e como o fizemos de carro, o Nicolas achou que era boa ideia tirarmos fotografias com as tábuas no meio dos tijolos de lama.



Cheguei a casa por volta da uma e pus-me a trabalhar. Infelizmente estava mais um dia de sol imenso e a Vannesa desafiou-me para ir um bocadinho à praia.

Ao final do dia, fomos até ao parque Maria Reiche, aqui em Miraflores, onde todos os domingos se junta um grupo de pessoas, com os seus jambés, flautas, maracas, etc, e cada um vai tocando aquilo que lhe apetece, acabando num grande festival de improviso! Filipa Moniz ias adorar!

Para terminar o fim de semana, fomos jantar ao Bembos, o McDonald’s peruano, que ainda não tínhamos provado!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Marcahuasi

Domingo fugi da cinzenta Lima para ir acampar em Marcahuasi, uma formação de pedras mística, a 4200 metros de altitude.

Cravei uma tenda ao Gavin, o meu vizinho do Canadá e encontrei-me com a Vannesa às 6:30 da manhã, para começarmos a nossa odisseia de combis. Ainda tentámos apanhar um táxi colectivo, mas depois de esperarmos meia hora por mais pessoas para o encherem desistimos. Foram um total de três combis até Chosicas, uma cidade a 40 kms de Lima, onde nos encontrámos com a Vero (austríaca) e a Darinka (holandesa) que tinham chegado no dia anterior. Daí apanhámos o 4º combi onde passámos 3 horas um bocado assustadoras, por uma “estrada” que se resumia a um caminho de cabras montanhas acima. Tivemos inclusive de fazer as curvas mais apertadas a pé, não fosse o combi perder o equilíbrio e despenhar-se.

Chagámos a S. Pedro de Castas ao meio dia. Era uma aldeia pequena, onde toda a gente se conhecia e sem qualquer tipo de infra-estruturas turísticas! YUPIII!

Almoçámos numa tasca, onde desconfiamos que o senhor foi matar galinhas e colher batatas para preparar o nossos pratos.
Comprámos os mantimentos para os dois dias e começámos a “escalada” até ao anfiteatro de marcahuasi, assinalado “a 4kms”. Os meus pulmões quase que explodiram na primeira subida...estava só nos primeiros 100 metros.

Apareceu uma senhora que nos perguntou se queríamos alugar burros para levarem as nossas coisas e o nosso orgulho respondeu logo que não. Ela olhou-nos como se fossemos loucas.

Depois de mais de meia hora de caminhada vimos mais um sinal que para nossa infelicidade nos dizia que continuávamos a 4 kms do anfiteatro... que dor...



Foram quase três horas de trekking intenso. Sempre que pensávamos que íamos cair para o lado, aparecia um velho ou uma velha cheios de fibra, de erva às costas, a saltitar pelas montanhas que nos faziam sentir ridículas.

Quando chegámos ao anfiteatro não queríamos acreditar: para além da paisagem ser espectacular estávamos completamente sozinhas! Não havia ninguém, uma loja de souvenirs, um restaurante, uma coca cola... NADA! Só uma tenda abandonada e meia dúzia de burros.


Aí estão as nossas tendas sozinhas no meio do anfiteatro.

Montámos as tendas e fomos à procura de um bom sitio para ver o por do sol e fazer um pic-nic. As rochas iam ganhando formas diferentes às medida que a luz desaparecia e começámos a acreditar nas lendas sobre civilizações que esculpiram as pedras gigantes.



Quando caiu a noite ficou um frio horrível e enfiamo-nos nas tendas por volta das 8 a pensar que íamos dormir pelo menos 10 horas! Para alem do frio, tivemos visitas constantes de um burro e a coitada da Vero ainda vomitou por causa da altitude. Lá se foi o sono...

Ver o nascer do dia foi um alivio. Fui dar mais um passeio pelas rochas e aproveitar a luz, que já se extinguiu em Lima.
Desmontámos o estaminé, tomámos o pequeno almoço e concentrámo-nos na ideia de que descer seria muito mais fácil que subir. Fomos por um caminho diferente da subida para visitarmos o “monumento à humanidade”, uma formação de rochas que parecia uma cara. Felizmente encontrámos um grupo de argentinos, que estavam a fazer uns estudos, que encarregaram o seu guia de nos mostrar as formações, caso contrário teríamos passado pelo famoso rosto sem o ver.



A seguir foi quando a descida ficou pior. Enganamo-nos no caminho e tomámos o mais directo até à aldeia, ou seja, o mais íngreme. A todas nos tocou um bela espeta de rabo e várias derrapagens.

Chagámos por volta da hora do almoço e abancámos num café onde conhecemos um espanhol, o dono da tenda abandonada, que também estudava as rochas. Passava algumas noites na aldeia só para carregar o computador e telemóveis e resto no anfiteatro. Não queria acreditar quando lhe contámos que tínhamos subido sozinhas sem guia e sem burro. Também jurou que me conhecia a minha cara de Madrid...eu como não sou boa para caras não o desmenti.

O combi partiu às 2h e cheguei a casa às 8h, 3 combis e muito trânsito depois.

Exames e Festa

A primeira fornada de exames está feita!

Foram um total de cinco exames e com o jeitinho que eu tenho consegui concentrar 3 no mesmo dia!

Foram de todo o tipo: desde exames clássicos escritos, projecções em Excel a casos de estudo feitos a pares! Este último foi uma experiência interessante... quase que esfolava o meu parceiro! Já sabem como é que eu sou a defender as minhas ideias...mas no final até correu bem e foi divertido porque ele também me respondia à letra.

Depois da semana de exames a universidade organizou uma festa. Já tinha ouvido falar muito das festas pós exames da Pacifico, que eram espectaculares, as melhores, etc.. Mas não esperava uma festão num descampado, com duas tendas de musica tipo festival, e um bar gigante com bebidas à descrição.


É comum em festas peruanas haver o que chamam a "hora da loucura", onde caiem balões do tecto e atiram uma data de palhaçadas. A nós calhou-nos estes lindos chapéus.

Finalmente consegui estar com alguns colegas peruanos, que infelizmente, apesar de serem muito simpáticos e acolhedores, não passam a barreira de vermo-nos só na universidade para sairmos juntos.

E aqui termina a primeira metade do meu semestre...o tempo voa...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

E cheguei aos 24...

Com o exame no Sábado, que depois de muito stress até correu bem, não tive tempo para pensar nem planear o meu dia de anos.

Na noite de Sábado acabei numa festa electrónica, numa das famosas casas desocupadas, que agora já todos os intercâmbios conhecem. Estavam lá imensos amigos meus, peruanos e estrangeiros, e a musica estava muito boa.


A celebrar com a Vero, a Vannesa e o Pisco Sour

Domingo de manhã levantei-me cedo e fui surfar com o Nicolas. A água estava tão gelada que me doía o maxilar de bater os dentes! Jurei comprar um fato no dia seguinte!

Quando saí da água estava a Verónica, uma austríaca que ía ter aula de surf a seguir, com uma fatia de bolo à minha espera. Que rico!

Quando cheguei a casa claro que quase não havia água quente. Eu ainda não relatei as mudanças de humor inconvenientes do meu chuveiro: quando estou cheia de pressa, não tem pressão, quando estou a suar de calor, só sai água a ferver e quando estou a morrer de frio não há água quente... No inicio pensava que era só em minha casa, mas já debati o tema com outros intercâmbios e padecemos todos do mesmo mal.

Fui com o Nicolas tomar um capuccino a uma esplanada simpática à beira mar. Já começo a ficar mal habituada a ter a praia tão perto...é uma coisa que me vai fazer falta em Lisboa de certeza.

Apesar da minha sala de minha casa ser pequena, enchi-me de coragem e convidei uns amigos para irem lá lanchar. Comprei umas bebidas, uns aperitivos e servi o ultimo queijo que os meus pais me tinham trazido, que toda a gente adorou, principalmente o Hélder, um português da Madeira.

Fartamo-nos de conversar e o dito lanche acabou depois da meia noite!

Quando me fui deitar senti que, apesar de o dia ter sido óptimo, tinha faltado qualquer coisa: os meus pais, os meus manos, a minhas primas, a Constança, a Maria, a Sufas, as Santa Marta, os Maneis, o Gastão (claro!) e todas as outras pessoas que nos últimos anos fizeram parte deste meu dia!

Muito obrigado por todas as chamadas, mensagens, mails e posts no facebook (maldito sejas que me encheste 3 páginas do Hotmail) de parabéns.

Mais Lima e mais estudo

(Esta mensagem foi escrita na 4a feira passada mas depois demorei uns dias a coloca-la no blog!)

O fim de semana passado foi muito animado.

Quinta feira à noite fui a um concerto de reggae. Não é que seja fanática do reggae mas como iam tocar as três melhores bandas peruanas achei que valia a pena e diverti-me imenso.

6ª fui ate ao colégio onde estou a fazer voluntariado. Estive a trabalhar na horta, a apanhar, cortar lavar e arranjar os vegetais para estarem prontos para ir para a feira biológica no dia seguinte. O resto do dia basicamente estudei.

Sábado á noite foi o jantar de anos da Jade, uma holandesa, e cada pessoa tentou levar alguma coisa típica do seu país. Adivinhem o que levei: SALAME DE CHOCOLATE! É fácil de fazer, os ingredientes existem cá e toda a gente gosta. Só naõ tenho a certeza de ser português. O que interessa é que foi um sucesso.

O meu domingo estava orientado para o estudo mas acabei por combinar encontrar-me com o Javier, um peruano do Couch Surfing, designer gráfico e artista. Ele vive em Callao, que eu pensava ser mais um distrito de Lima até descobrir que é mesmo uma cidade independente. Como não a conhecia fomos ate lá dar um passeio pela Punta, a falésia do Callao. Havia uma marina, com veleiros lindos, umas praias de pedra (obviamente, aqui não existe areia) e as casas estavam todas conservadas e pintadas de cores diferentes. Senti que estava numa aldeia de pescadores.



Depois fui até casa do Javier, onde conheci os seus pais e ele mostrou-me os seus trabalhos de design gráfico e as peças que vende, como bancos pintados, quadros, ilustrações em tábuas de surf, carros, etc. Ficou de me levar a galeria no Barranco onde tem algumas coisas expostas.

Cheguei a casa por volta das 7 e mal tinha acabado de me sentar liga-me o Nicolas a pedir companhia para jantar. Adiei mais uma vez os estudos e lá fui. A seguir ainda fomos a um bar que me fez muito lembrar o Paródia e o Procópio...saudades...

Segunda feira quando cheguei a faculdade ouvi uma voz do além “bem vinda á realidade! Estás com trabalhos ate a ponta dos cabelos e os exames são na próxima semana! MEXE-TE!”.
Assim fiz.

Para alem de todas as entregas que já tinha marcadas, terça-feira descobri que um resumo de 4 páginas de um livro para a cadeira de “Estrategias de Promoción” não era para entregar daqui a duas semanas, como eu tinha percebido na aula passada, mas sim no dia seguinte! Barreiras no idiomas dão nisto! Recusei-me a fazer a fita típica do intercambio e passeia essa noite e o dia todo de ontem a trabalhar no resumo e em mais uma apresentação individual para a qual eu me tinha voluntariado. Á tarde entreguei, triunfante, tudo pronto.

A apresentação foi a minha primeira sozinha em castelhano e correu muito bem. Tínhamos de mostrar e comentar uma campanha publicitaria e eu resolvi levar a “Onde estará o Cristiano Ronaldo em 3 anos” para o BES, pois assim, a pesar de não conhecerem o banco nem perceberem nada dos anúncios, os meus colegas prestariam atenção só por ter o seu herói da bola. E resultou!

Sábado começo os exames por isso vou enfiar a cabeça nos livros!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

S. Ramon

S. Ramon fica às portas da Amazónia e a paisagem é um mix de montanhas com a vegetação da selva.



Durante a manhã fomos até à catarata de Tirol, a 5kms deS. Ramon. O passeio era bonito mas depois de Iquitos os meus standarts estavam um bocado elevados. Quando estávamos a descansar ao lado da caída de 35 metros de água apareceu o primeiro turista do dia: um suíço que tinha estado no Mexico durante 5 meses, onde tinha comprado uma mota para viajar por toda a América do Sul. Fizemos a caminhada de volta juntos enquanto ouvíamos as suas aventuras. Separamo-nos à chegada pois eu e a Vannesa apanhámos um combi ate La Merced, uma cidade maior a 40 minutos dali.



Almoçámos e fomos até um jardim de borboletas. Estava bem degradado e todos os exemplares que ali vimos encontrámos mais tarde durante o nosso passeio. Pedimos informações para chegar à ponte colgante de Kimri, de onde saía um caminho até outra catarata. Infelizmente não era um só caminho mas sim alguns quatro. Conclusão, caminhámos para cima e para baixo até às 5 da tarde, quando concluímos que não íamos encontrar nenhuma catarata e voltámos para traz.



De volta a La Merced procurámos desesperadamente tamales, outro tipo de papa de farinha de milho com frango, cozida em folhas de bananeira, mas que, segundo nos informaram, só se vendem de manhã. Comprámos uns sacos de café do vale de Chanchamayo, o vale onde estávamos, que supostamente é o melhor o mundo, e voltámos para S. Ramon, desejando que a dona do hostel nos deixasse tomar um banho antes de apanharmos o autocarro, uma vez que o nosso estado, depois de um dia a caminhar debaixo da humidade da selva, era um bocado nojento. Felizmente deixou!


La Merced- bananas não faltam!

2º dia em Huancayo

Eu, a Vannesa e a Marketa acordámos às 8 da manhã para dar liberdade ao nosso espírito consumista. Domingo é dia de mercado em Huancayo e segundo o nosso guia era um dos melhores no peru. Realmente era grande, mas feio!


Aqui ninguém se farta de batatas!


Saias típicas dos Andes

Depois de umas horas de compras voltámos para casa, onde o Mattias ainda dormia. Eu e a Vannesa fomos comprar os nossos bilhetes de autocarro para essa tarde, quando nos separaríamos do resto de grupo que tem aulas à segunda.

Encontramo-nos com parte dos nossos amigos na praça central para eu e o Mattias finalmente recebermos o nosso prémio. Felizmente o restaurante agradou a todos e por isso não almoçámos sozinhos.


Momento de vitória!


Como o autocarro era às 4:30, depois do almoço, eu e a Vannesa só tivemos tempo de ir até casa e despedirmo-nos dos nossos simpáticos anfitriões, o que já sabíamos que levaria mais de meia hora. Pediram-nos para tirar fotografias todos juntos, dois a dois, de corpo inteiro, só dos ombros para cima, ao alto e na horizontal, para garantir um verdadeiro álbum de recuerdos.

Dormimos quase toda a viagem até S. Ramon, onde chegámos por volta da 9 da noite. Instalamo-nos no segundo Hostel que visitámos e saímos para dar uma volta pela cidade. Jantámos, comprámos bilhetes para Lima para o dia seguinte e fomos dormir.

1º dia em huancayo

A Sr. Flor acordou-nos às 9 e meia da manha: "Já estão acordados meus queridos?! Ai que bom! Dormiram bem?! Vou fazer o pequeno almoço!". Eu levantei-me para ir ajudar a senhora na cozinha que me encarregou logo de fazer a canchita, um aperitivo que se como com tudo: com queijo, com ceviche, com cerveja. Consiste em milho frito, como as pipocas, mas este como è diferente não explode numa bola branca.

Quando estava tudo pronto ela foi acordar o Jheyson e mais uma vez tivemo-nos de encher de comida se não a senhora começava a chorar.

Ganhei coragem e perguntei onde podia tomar banho: "Lá em cima, mas não temos água quente, nós costumamos deixar garrafas cheias de água ao sol durante a manhã para tomar banho a meio do dia, se me tivessem avisado..."
Pior do que tomar banho de agua fria é não tomar por isso respirei fundo e meti-me debaixo da agua gelada da serra.

As atracções a volta de Huancayo não são nada de extraordinário. Um bocado ao calhas decidimos ir até um lago para almoçar... Depois de uma hora de combi e um mototaxi chegámos. À volta do lago havia vários restaurantes que anunciavam truta, o peixe lá do sitio, e pachamanca, o prato típico que consiste em carne cozinhada debaixo de terra com favas, pelo menos três tipos de batatas e humita, uma massa de milho cozida em folhas de maçaroca. Sentamo-nos numa mesa ao pé da agua e pedimos o famoso prato.





No final ainda nos ofereceram um passeio de barco a troco de uma gorjeta a um guia que contava a historia do lago, o qual não se percebia uma palavra.

Depois fomos até La Concepcion, visitar um convento. Claro que com a minha sorte, uns 300 metros depois de apanharmos o taxi, fomos parados pela policia e como é obvio o condutor não tinha tudo em ordem. Tivemos de voltar ao centro da aldeia e apanhar outro que se meteu por umas estradinhas para fugir a policia.

O convento era engraçado. As cores que são tradicionalmente usadas neste tipo de edifícios não têm nada a ver com as da Europa. Aqui é tudo cor de rosa, azul turquesa, amarelo, encarnado e cor de laranja em vez de cinzento e castanho.

A seguir veio a pior viagem de autocarro da minha vida. Não havia espaço para nem mais uma pessoa e mesmo assim entrámos os quatro. Uma vez dentro do autocarro, realizámos que éramos os únicos sóbrios (lembro estávamos a 1 de Maio, dia do trabalhador). O cheiro era horrível, as criancinhas choravam, os homens enrolavam a voz e só diziam disparates, mal aguentavam o peso da cabeça, e as mulheres dormiam enquanto davam de mamar...

Depois desta aventura, tentámos reclamar o jantar que eu e o Mattias tínhamos ganho, mas o restaurante estava fechado por isso fomos até um café.

Encontramo-nos com o Jheyson, que tinha estado num evento do trabalho o ia todo, em sua casa e ainda ficamos a falar até as 11 da noite. A sua mãe era capaz de repetir a mesma coisa uma dez vezes e depois trocar de ideias e começar a dizer o contrario outras dez vezes, o que nos deixava muito confusos mas responder “hmm hmm” chegava para continuar animadamente a conversa.

Fomos encontrarmo-nos com o resto do grupo de intercâmbios para beber mais uns calientitos. À medida que a noite foi avançando o grupo foi reduzindo de numero. Eu já não consegui passar a fase "discoteca".

terça-feira, 4 de maio de 2010

Comboio Lima Huancayo

Como este sábado foi dia do trabalhador não tive pratica de finanças corporativas, ou seja, pirei-me de Lima. O plano era apanhar o comboio de Lima até Huancayo, uma viagem que já conhecia pelas bonitas paisagens.

Eu e a Vannesa fomos as primeiras a comprar os bilhetes e a passar a palavra. No final éramos um grupo de 20 pessoas.

Arrancámos ás 7 da manha, da estação dos Desamparados, no centro de Lima, que só funciona duas vezes por mês, quando este comboio sai.



Parámos a primeira vez para ver como passavam a locomotiva de uma lado do comboio para outro, para podermos prosseguir no sentido contrário sem ter de fazer uma curva de 180 graus.

Quando as montanhas começaram a ficar maiores o comboio começou a subi-las de uma forma totalmente nova para mim: aos zig-zags, ou seja, para a frente e para traz encosta acima!

Parámos a segunda vez na estação mais alta do mundo, em Galera, a 4.780 metros. O tempo tinha mudado completamente: estava a nevar e fazia imenso frio.


Na estação mais alta do mundo!

Uma das partes impressionantes da viagem foi passar por La Oroya. Para muitos desconhecida, esta cidade no meio dos Andes, devido a toda a exploração mineira que tem libertado um monte de substâncias como químicas, tem agora o titulo de "a mais poluida no mundo".

As duas ultimas carruagens do comboio eram um bar e uma varanda, às quais só a primeira classe deveria ter acesso mas claro que nós furamos o sistema.

Chegou uma banda e umas animadoras que anunciaram um concurso de dança. Eu e o Mattias resolvemos participar, e com a claque que formou o nosso grupo, no final não foi difícil ganhar um belo jantar num restaurante em Huancayo.


Enquanto dançávamos...

A animação continuou até chegarmos ao nosso destino, às 7 da tarde.

Liguei ao Jheyson, o nosso contacto do CouchSurfing (para quem não sabe o que é aqui está o link: www.couchsurfing.org) para me dar a morada de sua casa. Só tive lata para pedir alojamento para mim, para a Vannesa, para a Marketa e para o Mattias. Apanhámos um táxi e esperámos a Sr. Flor, a mãe do Jheyson, à porta de casa. Ela apareceu logo, toda feliz de estarmos ali. Sentou-nos na cozinha e não descansou enquanto não estivéssemos cheios de pão e queijo.

Ficámos à conversa até às 10 da noite, quando chegou o nosso anfitrião do trabalho.

Saímos todos, inclusive a mãe, para uma peña (bares com musica ao vivo) onde provámos alguns tipos de calientito, uma bebida preparada com um licor à escolha (pode ser rum, vodka, pisco...), chá e açúcar.

Depois de algumas danças decidimos que íamos continuar o serão em casa. Comprámos uma garrafa de rum e chegados à sua cozinha o Jheyson ensinou-nos a fazer calientito. Sentámo-nos na sala à conversa enquanto o Jheyson e o Mattias tocavam viola.


Como acabámos a noite na sala de casa do Jheyson

Mais um "Bem vindos a Lima!"

Como se ainda não nos tivéssemos apercebido da hospitalidade dos peruanos, tivemos mais um evento de boas vindas. Desta vez foi organizado pelo consorcio das quatro universidades: a Pacifico, onde eu estou, a Catolica, a maior de Lima e talvez principal concorrente, a de Lima e a universidad Peruana Caetano Herèdia.

Foram convidados todos os estudantes de intercambio destas universidades para passar a noite no Inglish Pub, em Miraflores, e cada um teve o direito ao consumo de não uma cerveja, mas sim um jarro!

Fiquei muito contente quando vi que o meu companheiro de casa, o Thomas, que passa as noites fechado a fazer maquetas, tambem la estava! Foi mais uma noite cheia de animação onde conheci muita gente!



Mattias, Vannesa, eu e Marketa