quarta-feira, 14 de julho de 2010

Está a chegar ao fim...

Hoje tenho os meus dois últimos exames e o Gastão aterra às nove da noite em Lima! É quase impossível concentrar-me para estudar com esta mistura de sentimentos.

Claro que estou feliz da vida com as viagens que vou fazer nas próximas 6 semanas e que também estou cheia de saudades de Portugal, mas as despedias já começaram e isso não deixa de me fazer sentir um bocadinho triste.

Sim, o tempo voou, mas olho para traz e posso dizer com confiança que aproveitei ao máximo! Foram 4 meses e meio cheios de surpresas positivas, dos quais eu nunca esperei tanto. Desde o tapete para os pés na minha casa de banho às pessoas fantásticas que conheci, passando pela comida maravilhosa que provei e claro, uma universidade donde aprendi muito, sobretudo pelas diferenças entre o Peru e Portugal.

Vou deixar um país que se define pela diversidade, com classes sociais muito marcadas, onde entre a costa, serra e selva se pode encontrar de tudo. Mas uma coisa é comum, talvez o que mais me surpreendeu e continua a surpreender: o orgulho que as pessoas têm em ser peruanas.

Defendem as marcas nacionais (que são muito mais do que podem imaginar, ex: pão Bimbo) como se tratassem das suas próprias empresas e ai de quem questionar a origem do ceviche ou do pisco sour. Penso que chegam mesmo a ter um carinho especial pelos combis e nunca mudariam a sua relação com o tempo, que para os peruanos não é uma coisa que se conte ou que se calcula, apenas se deixa fluir.

Lima foi uma cidade que gostei desde o primeiro dia, onde coisas para ver e fazer não faltam e onde a qualidade de vida pode ser alta. Só se tem de saber aproveitar o bom que oferece e deixar o transito e o Inverno cinzento passar ao lado.
A decisão de vir não podia ter sido mais acertada.


Bandeira do Peru

P.S.: vou dormir a ultima sesta no sofa da cafetaria antes de voltar ao estudo.

Gastronomia Limanha

Agora que temos os dias contados nesta cidade, estamos a tentar aproveitar ao máximo o facto de vivermos na capital mundial da gastronomia, como lima se intitula. Quase que temos uma agenda com o roteiro de restaurantes.

Domingo fomos ao Canta Ranita, uma espécie de barraca montada dentro do mercado de Barranco. É o restaurante "filho" do famoso Canta Rana (que provei com os meus pais e também recomendo). Os donos são os mesmos e o tema da decoração também: futebol, mas o ambiente é todo mais informal, uma vez que está no meio de um mercado e os poucos pratos que oferece são muito mais simples.

O mais famoso é o ceviche apaltado (com abacate) que não achei nada de especial. O arroz de marisco é que estava muito bom mas o melhor de tudo ainda era o ambiente. É um restaurante só de locais, toda a gente se cumprimentava e conversava entre as mesas e era difícil distinguir os empregados dos clientes, (os empregados sentavam-se para comer e os clientes entravam na cozinha para se servirem de mais uma cerveja).

Claro que uma refeição em Lima não acaba sem vir a bela da banda tocar umas musicas e animar a malta a troco de uns soles que ninguém se atreve a não pagar no final da actuação.

Não satisfeita com o pratão que me serviram, ainda comi um cheesecake de lúcuma, uma fruta peruana que se tornou num vicio estes últimos meses.

Escusado será dizer que acabei o dia a correr na marginal de Miraflores.

Segunda feira marcámos encontro às 9 da manhã no café Arábica, o tipo de café onde se fica meia hora a olhar para a montra a tentar decidir que bolo vamos pedir e só nos damos por contantes quando já provámos todos.

Depois de chocolates quentes, capuccinos, tartes de maçã, bolos de maracujá e algum estudo (objectivo principal) decidimos ir almoçar ao porto de Chorrillos. ao “El Morocho”.

Quem me deu a dica do restaurante foi um peruano que trabalha no hostel onde vivem o Duarte e o Diogo: “é um primeiro piso não tem sinal nenhum, as pessoas só sabem do restaurante boca-a-boca! E tem o melhor ceviche que já comi!”. Tinha razão em tudo e se não fosse o mapa que me tinha desenhado nunca tínhamos encontrado o lugar.

Era como que uma cabana montada em cima de um prédio em obras com uma bonita vista para o mar.

Eu pedi um “picante de marisco” que me deixou muito feliz. Picante não quer dizer que se vai terminar com a boca arder mas sim que vem tudo cortado em bocados pequenos, picado!

No final o empregado não resistiu a perguntar-nos: “Quem é que vos recomendou este restaurante?”. Quando lhe falei do homem do hostel soube logo quem era.

Na quarta-feira foi a vez de provar anticuchos: espetadas de coração de vaca. Os mais conhecidos de Lima são os grelhados à frente de casa da Vannesa por quatro cozinheiros ambulantes que das 8h da noite até às 11h montam o estaminé e servem anticuchos, por vezes a uma fila que pode levar mais de uma hora.
Comi proteína suficiente para o resto do mês!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Capoeira / Maculelé

Seixta-feira acabaram-se as minhas aulas de capoeira com uma exibição de todas as actividades extracurriculares da universidade.

Nós fizemos uma coreografia de Maculelé, uma luta "dançada" com paus, que representavam as nossas armas, e umas saias de palha para ficarmos mais bonitos. No final formámos a típica roda para mostrar os nossos movimentos, muito bem ensaiados, de capoeira.



Diverti-me muito e no final senti-me um bocadinho triste por ter acabado. Foi a primeira "despedida" deste meu intercâmbio.

domingo, 4 de julho de 2010

Laguna 69

Saímos do hostel às 5:30 da manhã para apanharmos o combi até Yungay, a primeira parada da viagem até à lagoa 69.
Tomámos o pequeno almoço no mercado: tamales, pão de milho, bolos e jarros de sumo “surtido”!

Quando estávamos na tenda dos sumos, o senhor sentado ao nosso lado começou a meter conversa, perguntando para onde é que íamos. Era taxista e queria levar-nos até à entrada do parque nacional, donde começaria a caminhada até à lagoa, por 10 soles cada uma, o mesmo que cobravam os autocarros. Depois de algumas tentativas frustradas de regatear o preço, acabámos por ir com ele, que até parecia boa gente.

Foi uma viagem de uma hora e meia por um caminho cheio de calhaus, aos encontrões e cabeçadas dentro do carro. Assim começámos o trekking já meias amachucadas.



Cruzámos um vale enorme e começámos a subir uma montanha. Quando chegámos ao cimo, já tinham passado mais de duas horas de caminhada, pensámos que avistaríamos a famosa lagoa. Mas não! Em vez disso batemos com o nariz num sinal que dizia “Laguna 69 3kms”, o que queria dizer que só tínhamos feito 5km! Que desilusão. Logo depois do sinal estava mais uma montanha à nossa espera.



Mais uma hora de exercício e por fim apareceu a lagoa azulona escura por entre as montanhas.
Sentámo-nos para almoçar e ainda conhecemos um grupo de mochileiros israelitas, que estão por todo o lado no Peru (e no resto mundo).



A descida foi um alivio e no final lá estava o nosso taxista à espera para nos levar de volta a Yungay como tinha prometido.
Eu já andava a estranhar o meu karma com os veículos não dar sinais de vida há uns tempos. Pensei que a maldição tinha acabado até que ouvimos um estrondo e eu vejo pela minha janela um pneu a voar. Não sei ao certo o que se passou mas depois de tantos kilometros pela estrada de calhau a roda do carro resolveu rebentar com o eixo voar dali para fora.

Felizmente só estávamos a uma quadra da plaza de armas. Lamentámos a sorte do taxista e voltámos ao mercado à procura de chocho, uma comida que víamos anunciada em todo e lado e que tínhamos de provar. Não era nada mais, nada menos que tremoços misturados com tomate, cebola e salsa.

Na viagem de combi para Huaraz vinha sentada no banco da frente, ao lado do condutor a tentar perceber toda a filosofia da sua profissão. Ele juntamente com o cobrador alugam a carrinha a uma empresa e recebem o dinheiro dos bilhetes, ou seja, para alem de tentarem encher o carro até não caber mais um dedo mindinho, competem, tipo racers, com os outros combis que fazem a mesma carreira para ver quem chega primeiro às paragens para levar a clientela!
Não tivemos muito tempo em Huaraz, uma vez que chegámos já de noite e o nosso autocarro de volta para Lima partiu às 10h.

sábado, 3 de julho de 2010

De novo em Huaraz

Acordámos sem despertador e fomos dar um passeio que nos tinha aconselhado o Andrés, o dono da agencia de escalada e a primeira pessoa a explorar o “bosque de pedras” de Hatun Machay.

Passámos pelo mercado de Huaraz (ainda não nos cansámos de mercados) onde tirámos muitas fotografias e saímos pelo lado norte da cidade em direcção a umas ruínas.


"Eu ainda sou do tempo em que os homens costuravam!"

Não foi a caminhada mais bonita do mundo e as ruínas para alem de não serem muito interessantes, estavam fechadas. Mas passámos por aldeias sem um único turista, por campos de agricultura onde ainda trabalhavam bois com um arado, famílias a lavar a roupa no rio e pastoras com as suas 200 ovelhas e 50 vacas.

Nem podíamos mostrar a máquinas fotográfica que começavam logo a gritar “propina!”. Uma pastora chegou mesmo a bater na Vero, que nem sequer tinha máquina fotográfica, quando passámos por ela por não lhe pagarmos nada.


Cordilheira Blanca

Das ruínas descemos até Monterrey, uma cidade conhecida pelos seus banhos termais, mas que com o calor que tínhamos, não estavam muito apetecíveis.

Chegámos a Huaraz e fomos directas a uma pastelaria comer um "pastel de choclo" (um bolo de maçaroca) gigante. Depois passámos pelo mercado de artesanato ver e comprar mais do mesmo.

O meu plano para o dia seguinte are ir até à Lagoa 69, onde não tinha conseguido chegar da primeira vez que estive em Huaraz por falta de tempo, e que toda a gente dizia que era muito bonita. O resto das meninas como não estavam muito convencidas com a lagoa ainda foram ao posto de turismo ver alternativas mas a minha acabou por “ganhar”.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

2º dia em Hatun Machay

Depois do pequeno almoço lá fomos escalar mais um bocadinho.

No caminho passámos por uma caverna cheia de pinturas rupestres que ainda ninguém se deu ao trabalho de estudar e a sua autenticidade permanece um mistério.

A primeira parede tinha um inicio que para mim foi impossível e a Cláudia é que me teve de puxar até eu começar a encontrar buracos para por as mãos e os pés.


Rodrigo a "assegurar" a Marketa e a Vero do lado esquerdo.


Pic-nic.

A segunda e última foi a melhor: mais fácil, mais alta e com a melhor vista.


Eu já cheia de confiança :P

Por fim a Cláudia ensinou-me a “assegurar” (não sei qual é o termo correcto em português) e assim quando a Marketa subiu fui eu que fiquei do outro lado da corda.
Infelizmente a Vero sentia-se muito mal por causa da altitude e por isso decidimos voltar nesse dia para Huaraz, em vez de ficarmos mais uma noite como planeado.

Tive muita pena mas já foi muito bom ter aproveitado esta oportunidade.

Separámo-nos do Rodrigo e do José que decidiram ir num trekking de dois dias para subir um dos picos da cordilheira de Huascarán. Elas como estavam muito cansadas queriam era um dia tranquilo na segunda-feira.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

1º dia em Hatun Machay

Encontrámo-nos com o Rodrigo e o José, dois amigos da escalada da Cláudia, à porta da agência que organizava o transporte para o refugio.

A carrinha ia cheia de cromos das rochas, artilhados até às orelhas e eu ali no meio, sem ter a menor ideia de nada.
Depois de duas horas de viagem por estradinhas de cabras chegámos a Hatun Machay. O refugio consistia numa sala comum com uma cozinha e um dormitório no andar de cima, onde ficava tudo ao molho. As casas de banho eram outra casa à parte. Chuveiros não existiam.

Arrumámos as coisas e fizemo-nos às rochas.


O "bosque de pedras".

Chegou a minha vez de subir e bastou-me trepar 10 centímetros para começar a “choramingar”. Estava a experimentar tudo pela primeira vez e sentia-me completamente perdida. Depois de me convencerem que estava completamente segura lá fui subindo sem nunca olhar para baixo. Como o Rodrigo me disse: "é um desporto mais psicológico que físico!" Quando cheguei tentei apagar os nervos e apreciar a vista espectacular. O vale era mesmo bonito e as únicas coisas que se podiam avistar eram cavalos e vacas.

A segunda e a terceira escalada foram feitas com mais confiança. Rapidamente percebi porque é que as pessoas se tornavam tão aficionadas deste desporto: a sensação de chegar ao cume é impagável.


Vista a 32 metros.

Regressámos ao refugio já de noite, cozinhámos, jantámos e convivemos com o resto das pessoas.

Jantar no refúgio.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Retorno a Huaraz

Ontem foi feriado e segunda-feira ponte. Resultado: fim de semana comprido que quer dizer "vamo-nos pirar de Lima!".

A Cláudia, da Alemanha, é quase uma profissional da escalada e está sempre tentar convencer-nos para a acompanharmos nos seus fins de semana nas rochas. Este pareceu-me a oportunidade perfeita para experimentar o novo desporto e por isso juntei-me a ela, à Vero, que também pratica, e à Marketa.

O "spot" era Hatun Machay, um pequeno paraíso para os aficionados desta prática, ao pé de Huaraz.

Depois de mais um autocarro nocturno, chegámos a Huaraz na 6a feira de manhã. Instalamo-nos num hostel e decidimos fazer um trekking até à laguna de Churup, que fica a 4.450 metros de altitude. Era uma subida puxada mas muito "aventureira" (como lhe chamou o dono do hostel). A parte que mais gostei foi quando tivémos de "trepar" pelas rochas encostadas a uma pequena cascada.


Marketa, Vero e eu



As únicas pessoas que perturbavam as paisagens incríveis por onde passávamos era uma excursão de americanos. Estavam em missão medico-religiosa pelo Peru e deram-nos boleia nas suas pickups de volta para Huaraz.

Em Hatu Matchai iríamos ficar alojados num refugio no meio do nada, onde nem electricidade havia, por isso fomos abastecer-nos ao mercado para os próximos dias.

Jantámos um típico menu numa típica tasca e fomos dormir cedo.

Jantar internacional

Mais uma mega edição da "cena internacional". Contou com uma sopa de cebola da Alemanha, molletes do México, carbonara e brusquetas de iraria, uma carne enrolada em alface da China, crepes e salada de fruta de França, arroz doce do Peru (eu quase que também levei arroz doce), licorish da Finlândia e eu fiz uma adaptação de peras bêbadas para maçãs. Foram um sucesso e desapareceram num instante!


Crepes do Julien


Maçãs bêbadas.

Ainda houve white russian preparado pelo "s", um holandês, que garante que é típico do seu pais (perfeitamente legitimo... há que também defenda as bolas de Berlim e a salada russa como comidas tugas) e Becherovka da Republica Checa, o licor mais condimentado que experimentei.


O orgulho da Rep. Checa.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mais vida em Lima

No sábado tive mais uma fantástica frequência de finanças corporativas que não correu às mil maravilhas.

Depois fui ate ao colégio onde estou a fazer voluntariado, onde estavam a celebrar o dia de S. João com uma mostra de dança para os pais, jogos e claro, muito frango, arroz e batatas.

No domingo fui com um grupo de amigos novamente até La Punta para comer marisco e afastarmo-nos um bocado da confusão de Lima.

No final do dia fomos para casa da Vero comer bolos que ela tinha feito e beber pisco sour (já somos quase profissionais na confecção desta bebida)!


Acabado de sair do shaker!

Mais tarde chegaram uns amigos da Vero e da Cláudia (uma alemã), do Bolzano (dizer que eram de Itália seria uma ofensa), que elas tinham conhecido a escalar em Huaraz. Estes profissionais de trepar rochas estavam agora de passagem em Lima e acabaram por ficar lá em casa a dormir.


Loucos dos escaladores (falta um elemento)

Eles eram uns bem dispostos! Cozinharam para nós e ainda fizeram uma demonstração de Schuhplattln, uma dança tradicional de homens da sua região, que envolve sapateado, palmas nas pernas que deixam nódoas negras e umas acrobacias que nos puseram a rir às gargalhadas.

O Munidial em Lima

Viver o mundial em Lima tem sido uma emoção diária.

Apesar de peru não se qualificar há mais de vinte anos, este povo vive os jogos de uma forma tão intensa como se tivessem 3 selecções nacionais a jogar.

A Plaza de Armas recebeu um ecrã gigante mais um palco, onde passam todos os jogos e entre cada um há muita animação e passatempos para o povo. Acreditem que a lotação não fica muito atrás do marques de pombal quando o Benfica foi campeão: tem estado ao barrote!

Para além da Plaza de Armas, é raro o restaurante, café, tasca ou loja de electrodomésticos que não se encha de fãs de não sei que equipas nas horas dos jogos.

Na universidade, o auditório principal também virou um lugar de culto onde passam religiosamente todos as partidas. Durante estas sinto-me na feira popular onde os gritos que resultam de cada remate parecem a montanha russa a fazer o looping. E o bom é que os alunos nem têm de faltar a muitas aulas para assistir a estas, uma vez que alguns professores adaptaram o seu horário para eles também não perderem um único golo.

E emoção que se instalou na cidade quase que atinge os níveis que Lisboa vive durante Benfica VS Sporting. Acho que quando a selecção peruana se qualificar o pais parará durante um mês!

Para ajudar a festa, cada intercâmbio torce pelo seu pais. Organizou-se inclusive uma festa para celebrar este evento mundial e no outro dia juntámo-nos um grupo para ver França VS México. Estava a Vannesa (a única mexicana) e mais uns franceses do outro. Foi só rir vê-la aos pulos enquanto os franceses quase que choravam.

Eu depois da goleada à Coreia do Norte não podia estar mais contente, toda a gente me dá os parabéns!


Celebrando com o Hélder e a Vannesa

sábado, 12 de junho de 2010

Octovalo

Acordámos às 4:30 da manhã para apanharmos o primeiro autocarro para Octovalo, uma pequena cidade duas horas a norte de Quito, conhecida pelos seus mercados, principalmente o de animais, que nós infelizmente não apanhámos.

Mas o de artesanato está aberto todos os dias e foi aí que começámos a nossa visita.



Aqui as pessoas, ao contrário do que tínhamos conhecido durante a viagem, eram muito simpáticas e as mulheres andavam todas com o traje típico.

Depois de algumas compras, alugámos umas bicicletas para explorar a zona.

Todas as caminhadas que tínhamos feito já começavam a pesar e o passeio foi um bocado procissão à nossa Sra. da Asneira. A primeira parada, numa cascata, até correu bem...mas a partir daí tudo piorou.


Enquanto tinha energia...

Primeiro começou a chover. Depois a corrente da bicicleta da Elsa saltava constantemente do sitio e ela acabou por ter de voltar para a cidade à boleia. Eu, por pedalar mais devagar, perdi de vista a Marketa e a Analie e quando cheguei a um cruzamento não tinha ideia de para onde ir. Acabei por seguir o conselho de um homem que me disse para tomar o caminho de terra batida porque pela estrada ia apanhar demasiados carros. Calro que depois de uns 500 metros o caminho se separava em 3 e a única pessoa que me poderia ajudar era velhinha que estava a lavar roupa no rio mas que não falava castelhano, só quechua...

Voltei para a estrada a pensar que as outras iam anos luz à minha frente. Quando cheguei à loja das bicicletas descobri que só a Elsa é que tinha chegado. Mais tarde vim a saber que elas também se tinham perdido e que a bicicleta da Marketa se tinha desfeito pelo caminho.

Voltámos para Quito e fomos directas para o terminal de autocarros, para começarmos a nossa longa viagem de regresso a Lima.

Quito



Acordámos cedo para explorarmos o centro histórico de Quito, também protegido pela UNESCO: mais umas igrejas, mais umas praças e claro que mais umas refeições no mercado, a forma barata de provar os pratos típicos!


As gárgulas da catedral eram animais típicos do ecuador, como iguanas e tartarugas



Gelados de "copinho", uma praga no Equador

Acabámos o dia estoiradas num dos parques da cidade a comer bananas cor de rosa.



À noite, depois do jantar, voltámos ao bar dos canelazos e fomos até uma discoteca manhosa.

Laguna Quilotoa

Depois de esperarmos mais de uma hora pelo nosso pequeno almoço, como já era esperado, iniciámos o trekking à volta da lagoa, que resultou de um vulcão extinto. Este caminho tem a fama de ser um dos mais impressionantes do Equador. Apesar de não conhecer todo o país, posso dizer que deve ser mesmo o mais bonito.



Foram quase cinco horas bem duras, de descidas e escaladas, mas que valeram bem a pena. As paisagens eram espectaculares!




Fotografia de postal

Despedimo-nos deste pequeno paraíso e metemo-nos em mais uns autocarros para Quito, onde chegámos por volta das 7 da tarde.


O condutor tinha parado para dar de comer aos seus porcos e galinhas e eu resolvi entreter-me com alguma coisa...

O terminal de autocarros super moderno parecia um aeroporto, infra-estrutura que contrastava com o comportamento dos empregados de cada empresa de autocarros, que esbracejavam dentro do seus guichés e gritavam os seus destinos, como quem está na feira a vender camisolas.

Tomámos o metro, que consistia num autocarro que possuía a sua própria faixa, até à zona moderna da cidade, onde está a animação nocturna e, portanto, onde queríamos ficar.

Encontrámos um hostel muito simpático, depois de termos sido expulsas do primeiro quando o proprietário se apercebeu que não tinha pessoal da limpeza suficiente, e fomos jantar.

Acabámos num bar de locais, onde o empregado e dono nos perguntou mal nos sentámos: “são três?” (só estava eu, a Marketa e a Elsa). “três quê?” perguntei. “CANELAZOS!” respondeu-me meio ofendido, como se eu fosse uma totó que desconhecia aquela resposta óbvia! Mas o que eram canelazos? Depois de percebermos que incluía sumo de laranja e aguardente aceitámos esta bebida típica equatoriana, que se serve quente.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Baños

Era suposto chegarmos a Baños às 5:30 da manhã mas devido à loucura do condutor do autocarro chegámos às 3:45!

Sabíamos que as piscinas termais abriam às 4:30 por isso fomos para a porta esperar, juntamente com um grupo de clientes fidelíssimos já de certa idade, conhecedores de todo o potencial das águas minerais para o tratamento dos ossos e circulação.

Porcas e cansadas como estávamos, o banho não podia ter sabido melhor. Às 5h as piscinas já estavam cheias de pessoas de todas as idades, cores e feitios. Havia uma de água gelada, outra de água quente e uma a ferver, onde nenhuma de nós conseguiu entrar.

O vulcão Tungurahua, que tem estado um bocado mais activo que normal, fazia-se ouvir constantemente.



Ficámos de molho até às 6:30, e depois de um duche adormecemos nuns bancos ao lado das piscinas durante uma horinha.

Fomos até ao mercado para tomarmos o pequeno almoço e depois ao posto de turismo pedir uns mapas com os passeios que podíamos fazer e cravar guarida para as nossas mochilas.

Estávamos um bocado desanimadas porque chovia e estavam imensas nuvens, o que não nos deixava ver o vulcão como deve ser, mas mesmo assim fizemo-nos às montanhas.

No final do trekking o vulcão voltou a dar sinais de vida, e como desta vez estávamos mais perto, assustou muito mais.

Sem muito mais para fazer na cidade, recolhemos as mochilas e apanhámos o autocarro para o próximo destino: laguna de Quilotoa.

Para lá chegarmos, tivemos de apanhar “boleia” de uma pick up desde a aldeia de Zumbahua. Foi aí que conhecemos o Roy, um israelita desesperado por alguém que falasse inglês.


Parte de traz da pick up

Ficámos numa hospedagem mesma à beira da lagoa, jantámos e dormimos MUITO!

Cuenca

O centro histórico de Cuenca, a terceira cidade do Equador, faz parte da lista de monumentos protegidos pela Unesco e é realmente muito bonito. As casas estão bem conservadas, as ruas limpas, o trânsito é organizado e não se ouvem buzinadelas constantes como em Lima.



Só uma coisa me desesperou como no Peru: trocar dinheiro! Depois de muitos anos de inflação louca, onde o historial do Sucre (antiga moeda) parecia uma montanha russa, o Equador adoptou o dólar como moeda oficial. Eu só tinha notas de 100 dólares comigo e ninguém as aceitava sob o argumento de ser muito difícil detectar se era falsa ou verdadeira! Nem os bancos! Foi preciso fazer um choradinho numa casa de cambio e jurar que o dinheiro vinha todo da Europa para conseguir converter tudo em notas de 10$.


Almoço no mercado (arroz com coisas não identificáveis muy rico)

Visitámos todo o centro histórico, as principais igrejas e no final do dia fomos até ao miradouro.


Sumo de flores no mercado de flores

Ainda passámos numa fábrica de sombreros, onde o dono nos explicou que eram todos feitos à medida. A Elsa não resistiu a comprar um.


Quando lhe perguntámos como é que sabia a quem e que pertencia cada chapéu o sr. sacou desta tábua de madeira onde tinha o nome de todos os clientes registado!

Depois uns gelados e mais umas espetados fomos buscar as nossas malas ao hostal para irmos para o terminal apanhar o autocarro das 9:30 da noite para Baños. Como tinha acontecido à chegada, nenhum taxista nos queria levar por causa das mochilas...acabámos por apanhar boleia de uma rapariga que reparou que estávamos um bocado aflitas.

Mais uma noite sobre rodas...

A caminho do Equador

A semana foi um bocado atribulada! Tive imensas entregas que se juntaram com os trabalhos que tinha de adiantar para a semana em que estaria no Equador. Mas valeu a pena o stress e 5a feira à tarde lá estávamos nós, eu, a Vannesa, a Marketa, a Elsa, uma francesa, e a Analie, uma alemã um bocado malcriada que vive com a Marketa e que se colou ao grupo, na estação de autocarros prontas para muitas horas de viagem.

Para além de um policia que revistava o autocarro (parámos pelo menos 3 vezes para a policia revistar tudo) querer ficar com o canivete da Marketa e dois filmes estranhíssimos tailandeses que vimos, não se passou mais nada de interessante durante a viagem.

Depois de 21h de estrada, que deviam ter sido 19, chegámos a Tumbes, uma cidade no Norte do Peru. Fomos directas à Civa, a única empresa de autocarros que cruzava a fronteira, porque sabíamos que ia ser difícil cruza-la de táxi sem sermos enganadas.

Disseram-nos que só havia mais uma saída para esse dia e que já não havia lugares, mas como onde cabem mil, cabem mil e um, lá conseguimos um espacinho. Uma hora mais tarde já estávamos no Equador com carimbos novos nos passaportes (nem repararam que o visto da Elsa já tinha caducado), mesmo a tempo de apanhar o ultimo autocarro para Cuenca.

Chegámos ao nosso primeiro destino por volta das 11 da noite e fomos em busca de hostel.





Na praça central estava montada uma feira para celebrar o Corpus Cristi, que iria durar toda a semana, com muitas bancas com espetadas e bolos onde “jantámos”. Depois resolvemos descobrir a noite de Cuenca e acabámos num bar com musica ao vivo a beber Michelada (coronna + tequilla + tabasco + molho inglês).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Semana Académica e dias de Sol

Não contente com o festão depois dos exames, a Universidade ainda organizou a semana académica. Todos os dias haviam actividades: espectáculos com palhaços, concursos de karoke, demonstrações de skate, etc.. Tudo patrocinado pelo KFC, Pizza Hut, Red Bull e Nescafé, que à hora do almoço ofereciam os seus produtos. Para fechar toda esta animação, uma bela gincana na sexta-feira que, para além dos jogos tradicionais, envolvia a bebida de vários copos de bebidas várias. Claro que os intercâmbios armados em campeões quiseram participar e já podem imaginar o resultado...só ficámos em segundo lugar porque o júri tinha sido comprado!


Equipa de intercâmbios

No Sábado à noite fui jantar mais uma vez a casa dos meus “tios”. No final levaram-me à sua nova geladaria, que acabaram de abrir onde me senti de volta a Roma.

Domingo acordei às 6:30 da manhã com uma mensagem do Nicolas a desafiar-me para ir para uma praia a sul de Lima, chamada Señoritas, onde as ondas eram muito melhores (sinónimo: ENORMES!).

Da areia não pareciam nada de especial por isso a Maria lá se mandou com toda a confiança. Óbvio que apanhei uma tareia gigantesca e ainda arranhei o pé numas rochas. Resolvi engolir o orgulho, assumir a minha nabice e sair da água.

No caminho de volta para Lima resolvemos visitar as ruínas de Pachacamac, uma antiga cidade Huari. O complexo era muito grande e como o fizemos de carro, o Nicolas achou que era boa ideia tirarmos fotografias com as tábuas no meio dos tijolos de lama.



Cheguei a casa por volta da uma e pus-me a trabalhar. Infelizmente estava mais um dia de sol imenso e a Vannesa desafiou-me para ir um bocadinho à praia.

Ao final do dia, fomos até ao parque Maria Reiche, aqui em Miraflores, onde todos os domingos se junta um grupo de pessoas, com os seus jambés, flautas, maracas, etc, e cada um vai tocando aquilo que lhe apetece, acabando num grande festival de improviso! Filipa Moniz ias adorar!

Para terminar o fim de semana, fomos jantar ao Bembos, o McDonald’s peruano, que ainda não tínhamos provado!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Marcahuasi

Domingo fugi da cinzenta Lima para ir acampar em Marcahuasi, uma formação de pedras mística, a 4200 metros de altitude.

Cravei uma tenda ao Gavin, o meu vizinho do Canadá e encontrei-me com a Vannesa às 6:30 da manhã, para começarmos a nossa odisseia de combis. Ainda tentámos apanhar um táxi colectivo, mas depois de esperarmos meia hora por mais pessoas para o encherem desistimos. Foram um total de três combis até Chosicas, uma cidade a 40 kms de Lima, onde nos encontrámos com a Vero (austríaca) e a Darinka (holandesa) que tinham chegado no dia anterior. Daí apanhámos o 4º combi onde passámos 3 horas um bocado assustadoras, por uma “estrada” que se resumia a um caminho de cabras montanhas acima. Tivemos inclusive de fazer as curvas mais apertadas a pé, não fosse o combi perder o equilíbrio e despenhar-se.

Chagámos a S. Pedro de Castas ao meio dia. Era uma aldeia pequena, onde toda a gente se conhecia e sem qualquer tipo de infra-estruturas turísticas! YUPIII!

Almoçámos numa tasca, onde desconfiamos que o senhor foi matar galinhas e colher batatas para preparar o nossos pratos.
Comprámos os mantimentos para os dois dias e começámos a “escalada” até ao anfiteatro de marcahuasi, assinalado “a 4kms”. Os meus pulmões quase que explodiram na primeira subida...estava só nos primeiros 100 metros.

Apareceu uma senhora que nos perguntou se queríamos alugar burros para levarem as nossas coisas e o nosso orgulho respondeu logo que não. Ela olhou-nos como se fossemos loucas.

Depois de mais de meia hora de caminhada vimos mais um sinal que para nossa infelicidade nos dizia que continuávamos a 4 kms do anfiteatro... que dor...



Foram quase três horas de trekking intenso. Sempre que pensávamos que íamos cair para o lado, aparecia um velho ou uma velha cheios de fibra, de erva às costas, a saltitar pelas montanhas que nos faziam sentir ridículas.

Quando chegámos ao anfiteatro não queríamos acreditar: para além da paisagem ser espectacular estávamos completamente sozinhas! Não havia ninguém, uma loja de souvenirs, um restaurante, uma coca cola... NADA! Só uma tenda abandonada e meia dúzia de burros.


Aí estão as nossas tendas sozinhas no meio do anfiteatro.

Montámos as tendas e fomos à procura de um bom sitio para ver o por do sol e fazer um pic-nic. As rochas iam ganhando formas diferentes às medida que a luz desaparecia e começámos a acreditar nas lendas sobre civilizações que esculpiram as pedras gigantes.



Quando caiu a noite ficou um frio horrível e enfiamo-nos nas tendas por volta das 8 a pensar que íamos dormir pelo menos 10 horas! Para alem do frio, tivemos visitas constantes de um burro e a coitada da Vero ainda vomitou por causa da altitude. Lá se foi o sono...

Ver o nascer do dia foi um alivio. Fui dar mais um passeio pelas rochas e aproveitar a luz, que já se extinguiu em Lima.
Desmontámos o estaminé, tomámos o pequeno almoço e concentrámo-nos na ideia de que descer seria muito mais fácil que subir. Fomos por um caminho diferente da subida para visitarmos o “monumento à humanidade”, uma formação de rochas que parecia uma cara. Felizmente encontrámos um grupo de argentinos, que estavam a fazer uns estudos, que encarregaram o seu guia de nos mostrar as formações, caso contrário teríamos passado pelo famoso rosto sem o ver.



A seguir foi quando a descida ficou pior. Enganamo-nos no caminho e tomámos o mais directo até à aldeia, ou seja, o mais íngreme. A todas nos tocou um bela espeta de rabo e várias derrapagens.

Chagámos por volta da hora do almoço e abancámos num café onde conhecemos um espanhol, o dono da tenda abandonada, que também estudava as rochas. Passava algumas noites na aldeia só para carregar o computador e telemóveis e resto no anfiteatro. Não queria acreditar quando lhe contámos que tínhamos subido sozinhas sem guia e sem burro. Também jurou que me conhecia a minha cara de Madrid...eu como não sou boa para caras não o desmenti.

O combi partiu às 2h e cheguei a casa às 8h, 3 combis e muito trânsito depois.

Exames e Festa

A primeira fornada de exames está feita!

Foram um total de cinco exames e com o jeitinho que eu tenho consegui concentrar 3 no mesmo dia!

Foram de todo o tipo: desde exames clássicos escritos, projecções em Excel a casos de estudo feitos a pares! Este último foi uma experiência interessante... quase que esfolava o meu parceiro! Já sabem como é que eu sou a defender as minhas ideias...mas no final até correu bem e foi divertido porque ele também me respondia à letra.

Depois da semana de exames a universidade organizou uma festa. Já tinha ouvido falar muito das festas pós exames da Pacifico, que eram espectaculares, as melhores, etc.. Mas não esperava uma festão num descampado, com duas tendas de musica tipo festival, e um bar gigante com bebidas à descrição.


É comum em festas peruanas haver o que chamam a "hora da loucura", onde caiem balões do tecto e atiram uma data de palhaçadas. A nós calhou-nos estes lindos chapéus.

Finalmente consegui estar com alguns colegas peruanos, que infelizmente, apesar de serem muito simpáticos e acolhedores, não passam a barreira de vermo-nos só na universidade para sairmos juntos.

E aqui termina a primeira metade do meu semestre...o tempo voa...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

E cheguei aos 24...

Com o exame no Sábado, que depois de muito stress até correu bem, não tive tempo para pensar nem planear o meu dia de anos.

Na noite de Sábado acabei numa festa electrónica, numa das famosas casas desocupadas, que agora já todos os intercâmbios conhecem. Estavam lá imensos amigos meus, peruanos e estrangeiros, e a musica estava muito boa.


A celebrar com a Vero, a Vannesa e o Pisco Sour

Domingo de manhã levantei-me cedo e fui surfar com o Nicolas. A água estava tão gelada que me doía o maxilar de bater os dentes! Jurei comprar um fato no dia seguinte!

Quando saí da água estava a Verónica, uma austríaca que ía ter aula de surf a seguir, com uma fatia de bolo à minha espera. Que rico!

Quando cheguei a casa claro que quase não havia água quente. Eu ainda não relatei as mudanças de humor inconvenientes do meu chuveiro: quando estou cheia de pressa, não tem pressão, quando estou a suar de calor, só sai água a ferver e quando estou a morrer de frio não há água quente... No inicio pensava que era só em minha casa, mas já debati o tema com outros intercâmbios e padecemos todos do mesmo mal.

Fui com o Nicolas tomar um capuccino a uma esplanada simpática à beira mar. Já começo a ficar mal habituada a ter a praia tão perto...é uma coisa que me vai fazer falta em Lisboa de certeza.

Apesar da minha sala de minha casa ser pequena, enchi-me de coragem e convidei uns amigos para irem lá lanchar. Comprei umas bebidas, uns aperitivos e servi o ultimo queijo que os meus pais me tinham trazido, que toda a gente adorou, principalmente o Hélder, um português da Madeira.

Fartamo-nos de conversar e o dito lanche acabou depois da meia noite!

Quando me fui deitar senti que, apesar de o dia ter sido óptimo, tinha faltado qualquer coisa: os meus pais, os meus manos, a minhas primas, a Constança, a Maria, a Sufas, as Santa Marta, os Maneis, o Gastão (claro!) e todas as outras pessoas que nos últimos anos fizeram parte deste meu dia!

Muito obrigado por todas as chamadas, mensagens, mails e posts no facebook (maldito sejas que me encheste 3 páginas do Hotmail) de parabéns.

Mais Lima e mais estudo

(Esta mensagem foi escrita na 4a feira passada mas depois demorei uns dias a coloca-la no blog!)

O fim de semana passado foi muito animado.

Quinta feira à noite fui a um concerto de reggae. Não é que seja fanática do reggae mas como iam tocar as três melhores bandas peruanas achei que valia a pena e diverti-me imenso.

6ª fui ate ao colégio onde estou a fazer voluntariado. Estive a trabalhar na horta, a apanhar, cortar lavar e arranjar os vegetais para estarem prontos para ir para a feira biológica no dia seguinte. O resto do dia basicamente estudei.

Sábado á noite foi o jantar de anos da Jade, uma holandesa, e cada pessoa tentou levar alguma coisa típica do seu país. Adivinhem o que levei: SALAME DE CHOCOLATE! É fácil de fazer, os ingredientes existem cá e toda a gente gosta. Só naõ tenho a certeza de ser português. O que interessa é que foi um sucesso.

O meu domingo estava orientado para o estudo mas acabei por combinar encontrar-me com o Javier, um peruano do Couch Surfing, designer gráfico e artista. Ele vive em Callao, que eu pensava ser mais um distrito de Lima até descobrir que é mesmo uma cidade independente. Como não a conhecia fomos ate lá dar um passeio pela Punta, a falésia do Callao. Havia uma marina, com veleiros lindos, umas praias de pedra (obviamente, aqui não existe areia) e as casas estavam todas conservadas e pintadas de cores diferentes. Senti que estava numa aldeia de pescadores.



Depois fui até casa do Javier, onde conheci os seus pais e ele mostrou-me os seus trabalhos de design gráfico e as peças que vende, como bancos pintados, quadros, ilustrações em tábuas de surf, carros, etc. Ficou de me levar a galeria no Barranco onde tem algumas coisas expostas.

Cheguei a casa por volta das 7 e mal tinha acabado de me sentar liga-me o Nicolas a pedir companhia para jantar. Adiei mais uma vez os estudos e lá fui. A seguir ainda fomos a um bar que me fez muito lembrar o Paródia e o Procópio...saudades...

Segunda feira quando cheguei a faculdade ouvi uma voz do além “bem vinda á realidade! Estás com trabalhos ate a ponta dos cabelos e os exames são na próxima semana! MEXE-TE!”.
Assim fiz.

Para alem de todas as entregas que já tinha marcadas, terça-feira descobri que um resumo de 4 páginas de um livro para a cadeira de “Estrategias de Promoción” não era para entregar daqui a duas semanas, como eu tinha percebido na aula passada, mas sim no dia seguinte! Barreiras no idiomas dão nisto! Recusei-me a fazer a fita típica do intercambio e passeia essa noite e o dia todo de ontem a trabalhar no resumo e em mais uma apresentação individual para a qual eu me tinha voluntariado. Á tarde entreguei, triunfante, tudo pronto.

A apresentação foi a minha primeira sozinha em castelhano e correu muito bem. Tínhamos de mostrar e comentar uma campanha publicitaria e eu resolvi levar a “Onde estará o Cristiano Ronaldo em 3 anos” para o BES, pois assim, a pesar de não conhecerem o banco nem perceberem nada dos anúncios, os meus colegas prestariam atenção só por ter o seu herói da bola. E resultou!

Sábado começo os exames por isso vou enfiar a cabeça nos livros!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

S. Ramon

S. Ramon fica às portas da Amazónia e a paisagem é um mix de montanhas com a vegetação da selva.



Durante a manhã fomos até à catarata de Tirol, a 5kms deS. Ramon. O passeio era bonito mas depois de Iquitos os meus standarts estavam um bocado elevados. Quando estávamos a descansar ao lado da caída de 35 metros de água apareceu o primeiro turista do dia: um suíço que tinha estado no Mexico durante 5 meses, onde tinha comprado uma mota para viajar por toda a América do Sul. Fizemos a caminhada de volta juntos enquanto ouvíamos as suas aventuras. Separamo-nos à chegada pois eu e a Vannesa apanhámos um combi ate La Merced, uma cidade maior a 40 minutos dali.



Almoçámos e fomos até um jardim de borboletas. Estava bem degradado e todos os exemplares que ali vimos encontrámos mais tarde durante o nosso passeio. Pedimos informações para chegar à ponte colgante de Kimri, de onde saía um caminho até outra catarata. Infelizmente não era um só caminho mas sim alguns quatro. Conclusão, caminhámos para cima e para baixo até às 5 da tarde, quando concluímos que não íamos encontrar nenhuma catarata e voltámos para traz.



De volta a La Merced procurámos desesperadamente tamales, outro tipo de papa de farinha de milho com frango, cozida em folhas de bananeira, mas que, segundo nos informaram, só se vendem de manhã. Comprámos uns sacos de café do vale de Chanchamayo, o vale onde estávamos, que supostamente é o melhor o mundo, e voltámos para S. Ramon, desejando que a dona do hostel nos deixasse tomar um banho antes de apanharmos o autocarro, uma vez que o nosso estado, depois de um dia a caminhar debaixo da humidade da selva, era um bocado nojento. Felizmente deixou!


La Merced- bananas não faltam!