sábado, 6 de março de 2010

CHEGUEI!

No meu último dia em Londres fui até à catedral de S. Paul, visitei o TATE Modern Art e dei um grande passeio ali pela zona da bolsa. Voltei a casa da Filipa para acabar de fazer as malas e quando já estava de saída para o aeroporto apercebi-me que já não sabia onde tinha posto a minha carteira...toca a desfazer as malas e a revirar tudo. Nada! Fui a correr até ao supermercado, onde tinha estado mais cedo, e lá estava a carteira.
OBRIGADO GEORGE PELO ALOJAMENTO!

A ida para o aeroporto foi dolorosa. As minhas malas mais uma vez estavam bem mais pesadas do que pareciam (recordo que são para 6 meses!) e o roteiro até Heathrow incluía muito mais dar à pata do que eu pensava.
Lá cheguei ao terminal 4 e dirigi-me ao check in da TAM, que já tinha uma fila gigante de brasileiros que levavam a casa às costas. Cada pessoa tinha em média dois malões grandes mais uma colecção de sacos, saquinhos e sacolas. Será que é uma coisa cultural? Resultado: uma fila daquelas à antiga na qual demoramos uma hora a despachar a bagagem.
12 horas até São Paulo...aqui vou eu.

O avião tinha aqueles ecrãs individuais que a Maria tanto e gosta com filmes de BOLLYWOOD! YES!
O aeroporto de São Paulo é o caos! As televisões em vez de anunciarem todos os voos do aeroporto só anunciam as partidas do terminal em que nos encontramos! E em que terminal é que eu esteva? E em que terminal é que era o meu voo? Sinalização obviamente não existe portanto os seguranças estavam cercados de pessoas a fazerem estas duas perguntas. Mas funciona: embarquei a tempo- mais 5 horas e meia até Lima.


Andes- eu sei que é a típica fotografia do turista bimbo mas não resisti.

Quando cheguei lá estava o tio José Miguel e a sua filha à minha espera. É altura de agradecer ao meu tio Zé Diogo que me pôs em contacto com este seu amigo peruano e também a estes meus novos “tios” que tanto apoio me têm dado.
Parecia que já tinha estado em Lima depois de tantas fotografias. Reconheci logo o Circuito de Playas, os prédios de Miraflores no cimo do penhasco e o centro comercial Larcomar. É tudo igual às fotografias.
Facilmente chegámos à porta da minha nova casa e o Thomas recebeu-me, uma vez que a Claire e o Martín estavam a trabalhar. Fiquei logo muito “aliviada”. O meu quarto é maior do que esperava, toda a casa tem imensa luz, é limpa, a casa de banho tem toalha para os pés e o lavaloiças não está cheio de pratos e copos sujos. Dá a sensação de ser uma casa de Verão por causa do cheiro, do estilo meio antiquado e do facto das janelas estarem sempre abertas e podermos ouvir a vida toda dos vizinhos. Até já conheci uma: a Maia, uma criança de 5 anos muito simpática mas que grita o tempo todo.

O Thomas é um porreiro! É de Estrasburgo e está cá há 7 meses a estudar arquitectura e só se vai embora em Julho. Levou-me logo a dar uma volta pela zona de Miraflores e Barranco. Fiquei a saber onde ficavam coisas indispensáveis à minha sobrevivência como o super mercado, as melhores sanduíches de Lima e os melhores bares e discotecas.
Uma coisa curiosa é onde se troca dinheiro em Lima: no meio da rua, literalmente. Como tanto se usam Soles ou Dollars, existem por toda a parte, até nos semáforos no meio da estrada, oficiais de colete verde encarregues deste trabalho.
Quando voltámos descobri que já tinha feito estragos...tinha deixado a minha porta do quarto trancada por dentro e com a corrente de ar esta fechou-se... Tivemos de ligar ao senhorio para saber onde estava a chave, nada de grave.

Primeiro chegou o Martín e depois a Claire. O programo da noite foi sentarmo-nos a beber cervejas e a conversar. Foi muito para os conhecer melhor. O Martín tem 33 anos, é Peruano e um poço de cultura. Toda a vida disse que queria ser economista, mas à última da hora decidiu seguir arquitectura. A Claire tem 30 anos, é do Norte de França e o Martín chama-lhe “esquerda caviar”. A primeira vez que veio para Lima foi para fazer um estágio e depois de acabar o curso em França resolveu vir para cá trabalhar. Os dois acabaram por se casar para facilitar a vida da Claire cá e as idas do Martín à Europa. Isto foi algo que a família conservadora do Martín não achou muita graça pois um casamento tem de ter padre, igreja, muita gente e uma bonita festa.
Entretanto chegou o irmão mais novo do Martín que é redactor de futebol. É um trabalho que ele gosta muito mas não é muito bem visto pela sociedade Peruana pois a imprensa não ter muito prestígio e não dá muito dinheiro. Já passou pela politica, mas fartou-se porque era sempre o mesmo círculo vicioso. Também é um poço de cultura como o irmão.
Ficámos na conversa até à uma da manhã. Por esta altura eu já revirava os olhos de sono, foi um longo dia!

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