terça-feira, 16 de março de 2010

Trujillo

Chagámos a Trujillo por volta das 7 da manhã e apanhámos um taxi para um hostel que estava no meu guia. Primeiro o taxista aconselhávamos outros hotéis onde ficavam mais estrangeiros, depois, quando chagámos ao hostel o propriatário disse-nos que estava cheio e mandou-nos ir bater à porta da frente, um albergue com um aspecto bem mais cromo. Voltámos para traz e perguntámos se não ia sair ninguém até ao meio dia e nós deixávamos as coisas na recepção. Foi aí que percebemos que o hostel não estava cheio mas que tanto o proprietário como o taxista achavam que nós estávamos à procura de uma coisa mais luxuosa e que não íamos gostar daquele. Era perfeito! Quarto duplo com camas enormes, casa de banho e tudo limpinho!
Com medo de ficarmos penduradas em Trujillo fomos comprar os bilhetes de autocarro para o dia seguinte e seguimos para a maior atracção da zona: as ruínas de Chan Chan.



Chan Chan foi a capital do império Chimú (mais um povo que desconhecia) toda feita de lama. Para além desta cidade ainda visitámos duas Huacas, que são locais sagrados, também de lama. Em todos os monumentos estavam uns cães de uma raça que eu não me lembro o nome, que estão em vias de extinção. Quase que não têm pelos e eram usados para fins medicinais mas nunca cheguei a perceber como.



Ao almoço finalmente provei CEVICHE! O prato mais típico peruano. É feito com peixe, vegetais, mandioca, batata e temperado com lima. Encontrámos uma espécie de casa de família onde a dona estava à porta com tupperwares com os pratos do dia e depois servia as pessoas no seu pátio. Estava óptimo.



Visitámos várias igrejas e antigas casas coloniais e assumimos que tínhamos de dormir uma sesta.

À noite entrámos num hotel de 5 estrelas para perguntar ao concierge onde era o melhor sitio para ver a dança tradicional da cidade, a marinera. Como o espectáculo só começava à meia noite e meia fomos passear e jantar.

Passámos num mercado de artesanato onde ficámos quase uma hora a beber uma cerveja e a conversar com três donos de uma banca sobre o Peru, os Índios, os espanhóis e o mundo. Tenho-me apercebido que os peruanos adoram conversar. Mas não é aquela conversa de quererem saber coisas sobre nós ou de falar sobre si próprios. Gostam de trocar ideias, teorias e têm sempre imensa disponibilidade para fazer isso.

Depois do jantar parámos num bar e como a maioria dos clientes eram homens sentimo-nos mais confortáveis sentadas ao balcão a conversar com as duas raparigas que lá trabalhavam. Uma delas sonhava vir para a Europa porque o seu apaixonado estava algures na Alemanha. Eu expliquei que a vida não era assim tão fácil e a Vanessa deu imensos exemplos de amigos mexicanos que tinham ido atrás do “american dream” e que tinha saído tudo furado porque apesar de ganharem mais, gastavam muito mais. Acho que no final convencemos a rapariga a continuar a poupar para um dia abrir o seu próprio bar.

Finalmente fomos ver a marinera. Tivemos uma desilusão porque apercebemo-nos que não era um espectáculo. Era mais uma pista de dança com uma banda a tocar e a marinera só foi dançada duas vezes por profissionais, que “expulsavam” as pessoas da pista. Mas veleu a pena. A dança é única e tinha de ser vista. Aproveitei também para treinar um bocadinho de danças latinas com a Vanessa.

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