quarta-feira, 5 de maio de 2010

1º dia em huancayo

A Sr. Flor acordou-nos às 9 e meia da manha: "Já estão acordados meus queridos?! Ai que bom! Dormiram bem?! Vou fazer o pequeno almoço!". Eu levantei-me para ir ajudar a senhora na cozinha que me encarregou logo de fazer a canchita, um aperitivo que se como com tudo: com queijo, com ceviche, com cerveja. Consiste em milho frito, como as pipocas, mas este como è diferente não explode numa bola branca.

Quando estava tudo pronto ela foi acordar o Jheyson e mais uma vez tivemo-nos de encher de comida se não a senhora começava a chorar.

Ganhei coragem e perguntei onde podia tomar banho: "Lá em cima, mas não temos água quente, nós costumamos deixar garrafas cheias de água ao sol durante a manhã para tomar banho a meio do dia, se me tivessem avisado..."
Pior do que tomar banho de agua fria é não tomar por isso respirei fundo e meti-me debaixo da agua gelada da serra.

As atracções a volta de Huancayo não são nada de extraordinário. Um bocado ao calhas decidimos ir até um lago para almoçar... Depois de uma hora de combi e um mototaxi chegámos. À volta do lago havia vários restaurantes que anunciavam truta, o peixe lá do sitio, e pachamanca, o prato típico que consiste em carne cozinhada debaixo de terra com favas, pelo menos três tipos de batatas e humita, uma massa de milho cozida em folhas de maçaroca. Sentamo-nos numa mesa ao pé da agua e pedimos o famoso prato.





No final ainda nos ofereceram um passeio de barco a troco de uma gorjeta a um guia que contava a historia do lago, o qual não se percebia uma palavra.

Depois fomos até La Concepcion, visitar um convento. Claro que com a minha sorte, uns 300 metros depois de apanharmos o taxi, fomos parados pela policia e como é obvio o condutor não tinha tudo em ordem. Tivemos de voltar ao centro da aldeia e apanhar outro que se meteu por umas estradinhas para fugir a policia.

O convento era engraçado. As cores que são tradicionalmente usadas neste tipo de edifícios não têm nada a ver com as da Europa. Aqui é tudo cor de rosa, azul turquesa, amarelo, encarnado e cor de laranja em vez de cinzento e castanho.

A seguir veio a pior viagem de autocarro da minha vida. Não havia espaço para nem mais uma pessoa e mesmo assim entrámos os quatro. Uma vez dentro do autocarro, realizámos que éramos os únicos sóbrios (lembro estávamos a 1 de Maio, dia do trabalhador). O cheiro era horrível, as criancinhas choravam, os homens enrolavam a voz e só diziam disparates, mal aguentavam o peso da cabeça, e as mulheres dormiam enquanto davam de mamar...

Depois desta aventura, tentámos reclamar o jantar que eu e o Mattias tínhamos ganho, mas o restaurante estava fechado por isso fomos até um café.

Encontramo-nos com o Jheyson, que tinha estado num evento do trabalho o ia todo, em sua casa e ainda ficamos a falar até as 11 da noite. A sua mãe era capaz de repetir a mesma coisa uma dez vezes e depois trocar de ideias e começar a dizer o contrario outras dez vezes, o que nos deixava muito confusos mas responder “hmm hmm” chegava para continuar animadamente a conversa.

Fomos encontrarmo-nos com o resto do grupo de intercâmbios para beber mais uns calientitos. À medida que a noite foi avançando o grupo foi reduzindo de numero. Eu já não consegui passar a fase "discoteca".

Sem comentários:

Enviar um comentário