terça-feira, 6 de abril de 2010

Ayacucho 2º dia

A senhora Maria e o seu marido faziam anos de casados e convidaram-nos logo para celebrar com eles ao pequeno almoço, com bolo e leite com chocolate, em doses gigantes, que tivemos de comer até ao fim para não os ofender.

Penso que as pessoas na montanha são mais simpáticas que as da costa. São genuinamente convidativas, prestáveis, parecem sempre felizes e tratam-nos por mama, para as raparigas, e papa, para os rapazes, como forma carinhosa.

Nesse dia fomos até Quinua, uma aldeia a 30kms de Ayacucho conhecida pelo artesanato e pelo campo onde se deu uma batalha, já depois da independência, em que os Peruanos puseram os Espanhóis mais persistentes a andar dali para fora. Demos um passeio até uma cascata que havia ali ao pé e almoçámos numa “tasca” no meio de um mercado. Um dos pratos típicos da zona é o Cuy, que quer dizer porquinho da índia! O Nils e a Analin pediram uma dose, mas eu fiquei-me pela maçaroca com queijo, uma das poucas alternativas a carne.



Quando voltámos para Ayacucho os meus companheiros foram fazer uma sesta e eu decidi dar um passeio. Fui até à plaza de armas, onde várias equipas estavam a trabalhar nos típicos tapetes de flores. Eu senti-me inspirada e fui ajudar uma delas. Todas as gerações participam! Aliás, é bonito de se ver como todas as famílias se juntam para fazerem a semana santa em Ayacucho acontecer. Todos os anos há um grupo de pessoas que é nomeado para liderar as operações, e também financiar todas as actividades. A dispota deve ser tanta que estes grupos de líderes já estão designados até 2017!



Foi uma experiência muito gira participar no tapete: conversar com as pessoas da equipa, receber ordens de uma criança de 6 anos e no final saber que tínhamos ganho o terceiro prémio.

Às 8 da noite saiu a procissão do Senhor do Santo Sepulcro e da Virgem Dolorosa, seguida de mulheres todas vestidas de preto e muitas velas.



Depois fomos até um bar, seguido de mais uma “fogata”, onde uma banda que mistura rock com musica tradicional andina estava a tocar. Foi um espectáculo muito divertido, com bailarinos com trajes tradicionais a subirem ao palco. Encontrámos também muitas das pessoas que tínhamos conhecido na noite anterior e ainda tentámos fazer torres humanas com um grupo de miúdos, que estava a treinar para o concurso do dia seguinte.


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