quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dias de Faculdade

Agora sim entrei na rotina de aulas!

Todos os dias sou cumprimentada pelos seguranças com um sorriso de orelha a orelha. Eu acho que estes juntamente com todos os empregados da limpeza, que garantem que as salas ficam imaculadas de uma aula para a outra e que não há uma ponta de sujidade nas casas de banho e corredores, são mais que os alunos.

Toda a escola se governa por um software chamado Black Board, onde cada aluno e funcionário tem uma página pessoal. É colocada aqui toda a informação: slides das aulas, avisos, contactos dos alunos e professores, grupos de trabalho, etc..
Antes de cada aula começar o professor tem de se registar no Black Board, do computador da sala, onde fica gravada a sua hora de entrada, tipo “picar o ponto”. Depois abre a lista de alunos, que é projectada na parede, incluindo a fotografia tipo passe horrível de cada pessoa, e marca as presenças. Quando o sistema detectar que o aluno faltou a mais de 30% das aulas, automaticamente lança a nota final do semestre de 0 valores!

No Black Board também podemos abrir blogs de discussão sobre matérias e chats para sessões de duvidas com os professores...enfim...comparando isto com o IADE, que nem as notas online tínhamos, dá vontade de rir.

Os meus colegas são geralmente muito simpáticos e ficam radiantes quando os intercâmbios se juntam ao seu grupo de trabalho. Grande parte dos que estão neste momento a terminar o curso começou a estagiar e adoram chegar à faculdade com a sua credencial da empresa onde estão pendura ao pescoço.

Estar num pais ainda não desenvolvido tem tornado as aulas muito mais interessantes. Nas discussões, principalmente nos cursos de marketing em que falamos muito sobre hábitos de consumo, eu tenho sempre uma perspectiva diferente e estou a aprender imenso com os peruanos. Por exemplo, no outro dia, a falar sobre detergentes para roupa, grande parte dos alunos dizia que tinha uma maquina em casa mas que não a usavam porque consumia muita energia. E quando estávamos a falar sobre a colocação de produtos no mercado, cá muitas marcas dão prioridade aos vendedores ambulantes, que chegam a muito mais pessoas, e só depois é que vão para os supermercados, onde a classe media e alta compra. Outras coisas interessantes que tenho analisado é a venda avulso, desde cigarros a saquinhos de champoo, porque muita gente não tem dinheiro para comprar uma embalagem, e o facto de nos supermercados quase não existirem marcas brancas.


esplanada

O lugar que mais gosto na Universidade é a esplanada do último andar. Tem dois cafés tipo gourmet, imensa luz e uns sofás óptimos para se dormir sestas nos meus furos de 3horas.


eu com a Vannesa e o Mauritz a dormir a sesta

Existe um pátio interior grande, onde as pessoas se juntam todas entre as aulas. A semana passada foi a de boas vindas aos cachimbos (caloiros) e por isso havia aí um palco montado com espectáculos e actividades todas as horas de almoço. Ainda cheguei a ver um grupo que misturava vários tipos de danças tradicionais do mundo, outros com umas canas e uns caixotes tipo stomp e um concurso, tipo estafeta. Um dos dias também estavam a servir uma almoçarada.

Fora das aulas tenho tido uns jantares internacionais em casa de amigos e conhecido uns bares e discotecas.

No outro dia, não sei como, estavam 60 intercambios na guest list do Lux cá do sitio, a discoteca Gótica, onde de entrada sem bebidas se paga à roda de 30 euros. Estávamos todos com grandes expectativas mas acabou por se revelar uma discoteca como outra qualquer.

A que gostei mesmo foi a Help!. É uma espécie de barracão, com um palco no meio, onde todas as noites toca uma banda. O ambiente era super descontraído, tipo Jamaica mas com espaço para dançar. Ainda encontrei os peruanos que tinha conhecido em Ayacucho. Hoje são os anos do Julien, um francês, e vamos todos para lá.

Sem comentários:

Enviar um comentário