quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tremor, Teste e outras coisas

A semana passada começou com um pequeno abanão! Acorde as 3 da manhã com o quarto a tremer e claro que no dia seguinte fui logo ver às noticias a magnitude daquele sisminho de 30 segundos : 4.3.!

Na 5ª feira houve uma conferencia sobre diversidade que se tornou muito interessante pelo facto de mais uma vez me encontrar num pais tão diferente. Foi apresentado um estudo em como o maior factor de descriminação é a pobreza enquanto que na Europa era o sexo e que analisando outros países, se chegava à conclusão de que quanto mais pobre era, mais descriminação havia relativa à classe social, educação e influencia que uma pessoa tem e que no caso dos países mais ricos, a descriminação estava mais voltada para as mulheres, homossexualidade e aparência física. Realmente aqui no Peru o berço de uma pessoa tem muita influência no seu futuro. O Martín até me disse uma vez “Acá tu es tu papá!”.

No sábado passado tive o meu primeiro teste de finanças corporativas, o monstro feio dos meus cursos que me dá pesadelos, por isso passei muito tempo a estudar e fazer exercícios. Até Já arranjei um sitio simpático para os dias de nerdisse: o Café Z, que não passa só musica cumbia, a salsa cá da terra, e onde de facto existe bom café. É estranho porque o café peruano já recebeu vários prémios e nomeações de “o melhor café do mundo”, mas depois não sei o que e que se passa durante o processo de transformar o grão num simples expresso, que é raro sair alguma coisa de jeito (meu querido Delta).

O teste até correu bem e agora já só faltam mais 6, incluindo os dois exames, que valem tanto como os outros 4. Esta é uma das diferenças da universidade: a forma de avaliarem os alunos, é muito mais continua. Ao contrario da Nova, onde os exames valem 50% ou mais, aqui uma apresentação individual ou um trabalho de grupo final podem ser os principais componentes da nossa nota.

À noite fui a um aperitivo casa da Marie, mais uma francesa que já tem raízes em Lima, e depois seguimos para um concerto dos Sabor e Control, uma banda de salsa, no bar La Noche, em Barranco. Este bar é das melhores venues de Lima. A seguir fui a mais uma festa numa casa abandonada. São muito comuns em Miraflores e Barranco. Basicamente contra-te um DJ, enche-se a cozinha de cerveja para vender e garante-se que a policia não chateia. Acaba por se tornar uma ambiente familiar pois as pessoas são mais ou menos sempre as mesmas. Para os que estiveram em Roma, as casas são tipo o Realto mas em ponto pequeno.

Segunda feira cumpri com mais um objectivo do meu intercambio: fazer voluntariado. O Mattias já me tinha dito que todas as segundas de manhã trabalhava numa escola de pessoas deficientes e eu pedi que me levasse para conhecer o sitio.
A escola é um oasis no meio de Chorrillos, um bairro mais pobre no sul de lima, com um jardim enorme e uma horta onde quero aprender alguma coisa. Tem alunos desde os 5 até aos 30 anos e os respectivos pais pagam o que podem para os ter ali. Claro que a maioria não pode pagar nada e alguns acabam por trabalhar nas limpezas da escola aos fins de semana. Para ajudar a cobrir todos os custos que têm com terapeutas, professores especializados e mantimento, tudo quanto os alunos fazem é vendido. Por exemplo existe uma oficina para trabalhar com madeiras, onde os alunos estavam a construir tábuas para cortar pão que iam depois para o mercado. O mesmo acontece com todos os vegetais apanhados na horta. E depois têm os voluntários, que são cada vez menos. Agora só lá estão 5 e vêm da Alemanha, através de uma associação de lá. Só uma era peruana.

Gostei imenso das pessoas e do funcionamento da escola e por isso vou começar a ir todas as 6as feiras, das 8 às 2h, 3h, 4h da tarde...até poder ficar disse-me o Fernando, o director.

Ontem fui mais uma vez surfar às 7:30 da manhã (já disse que demoro 15 minutos da porta de minha casa a por os pés na água?) e acho que é tudo.

Deixo-vos uma imagem do combi, da zona que está por cima do conductor. Não me canso dos pormenores destes veículos...

1 comentário:

  1. estou a morrer de saudades!
    que bom que é saber-te a fazer voluntariado! oh mary, tu és mesmo uma coisinha boa na terra, sabias? que orgulho que eu tenho em ti.
    um enorme beijo,
    conguita

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